sábado, 1 de setembro de 2012

REUNIÃO DOS CONSELHEIROS, SECRETÁRIOS REGIONAIS E DIRETORIA DA SBPC

Realiza-se neste momento,01/09/2012, 09h30, reunião dos Secretários Regionais (SR), Conselhos e Diretoria da SBPC. A reunião discutirá o papel e a estrutura das SR, a infra-estrutura das SR, sites e mídias sociais das SR e a interação das SR-Diretoria-Conselhos. Presentes da Reunião, os professores Ildeu, Rejane, Silvia, Lisbeth, Luiz, Alfredo, Maria Célia, Ana Bonetti, Maria, Andrea, Maria Lucia, Helena Nader, Ennio Candotti, Regina, Colli, Carlos Costa, Marcos Danhoni, Zavilaski, Aleixo, João (RJ), Dora, Bela, Araci, Luiz, José Leonardo, Ana Lucia.

1º ENCONTRO PREPARATÓRIO DO FÓRUM MUNDIAL DE CIÊNCIA 2013

1º Encontro Preparatório Fórum Mundial de Ciência 2013 - São Paulo O próximo Fórum Mundial de Ciência será realizado no Rio de Janeiro em novembro de 2013. Será a primeira vez que o evento terá lugar fora da Hungria. O fórum é organizado pela Academia de Ciências da Hungria em parceria com Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), com o International Council for Science (ICSU), a American Association for the Advancement of Science (AAAS), a Academy of Sciences for the Developing World (TWAS), o European Academies Science Advisory Council (EASAC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC). A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) compõe o comitê organizador para a reunião de 2013 cujo tema central será “Ciência para o Desenvolvimento Global Sustentável”. A SBPC e a ABC em conjunto com diferentes parceiros (Andifes, Capes, CNPq, CGEE, Confap, Consecti, Unesco, MCTI) estão organizando reuniões temáticas com o intuito de promover uma ampla discussão nacional sobre o tema central, a serem realizadas em São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Manaus, Porto Alegre e Brasília. O primeiro encontro ocorrerá em São Paulo de 29 a 31 de agosto de 2012, na sede da FAPESP. O tema da reunião em São Paulo é “Ciência para o Desenvolvimento Global: da educação para a inovação – construindo as bases para a cidadania e o desenvolvimento sustentável”. Trata-se de uma reunião focal onde cada participante foi selecionado em função da sua experiência no assunto a ser abordado. Não houve seleção de resumos, mas sim seleção dos temas a serem discutidos, os quais levaram à escolha dos participantes. A programação foi elaborada pelas seguintes universidades públicas de São Paulo: Instituto de Tecnologia da Aeronáutica (ITA), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Universidade Federal do ABC (UFABC), além de membros da diretoria da FAPESP, do comitê do MCTI encarregado de apoiar os preparativos do Fórum Mundial de Ciências e membros da diretoria da SBPC. A conferência de abertura será feita pelo professor Michael Clegg, presidente da InterAmerican Network of Academies of Science (IANAS). Apesar do progresso científico-tecnológico exponencial observado em escala global nas décadas recentes; da melhoria global da qualidade de vida dos povos e sociedades, inclusive com redução agregada dos níveis de pobreza e de miséria; e dos avanços relativos nos níveis de educação e escolarização formais, esses avanços ocorrem de forma muito desigual no mundo contemporâneo, marcado por evidentes assimetrias e por vastas disparidades. Os níveis de consumo e de riqueza apresentam-se em escala de dezenas de vezes superior nas economias industrializadas em relação às de países de menor desenvolvimento relativo; há grande mobilidade para a mão de obra qualificada, e baixa ou nula mobilidade internacional para trabalhadores não qualificados; as metrópoles dos países em desenvolvimento apresentam desequilíbrios e problemas de sustentabilidade que foram equacionados ou bastante mitigados nos países industrializados e nas economias de serviços; os níveis de bem-estar social e especialmente de acesso à saúde são inaceitavelmente desiguais entre sociedades, regiões e países. Nesse aspecto, embora a ciência e a tecnologia possam fornecer respostas para esses desafios e desequilíbrios - com importantes implicações éticas - é essencial para a redução dessas assimetrias e desigualdades e a potencialização dos benefícios e frutos da atividade científica a disseminação da educação de alto nível, indistintamente para todos os segmentos da sociedade. Somente a universalização da educação de qualidade permitirá às sociedades absorver, em toda sua extensão, os bens da cultura, da ciência e da civilização ainda hoje inacessíveis a muitos. A presente reunião preparatória do Fórum Mundial de Ciências elegeu o tema da educação para contribuir com esse debate e para indicar propostas para a superação desses desafios. Os temas que serão discutidos na reunião de São Paulo são atuais e fundamentais para a gestão da ciência, tecnologia e inovação no país, na era da globalização e da economia do conhecimento. Ao final da reunião haverá a elaboração de um documento.

domingo, 6 de maio de 2012

VETA, DILMA!!!

A sociedade civil organizada exige os cumprimentos do Estatuto do Planeta: Presidenta Dilma vete este Código Florestal que só pensa em ganhos imediatos para os latifundiários que vampiriza o futuro da Nação!

quinta-feira, 19 de abril de 2012

ENTREVISTA COM A PRESIDENTA DA SBPC HOJE NA "FOLHA DE S.PAULO"




ENTREVISTA - HELENA NADER

Governo ignora cientistas em debates importantes

PRESIDENTE DA SBPC, PRINCIPAL ÓRGÃO CIENTÍFICO DO PAÍS, DIZ QUE AVANÇO DA PESQUISA NACIONAL NÃO A TORNOU INFLUENTE

(foto acima: Eduardo Knapp/Folhapress)
In: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/37939-governo-ignora-cientistas-em-debates-importantes.shtml )


SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO
Justamente agora que o Brasil atingiu a 13ª posição na produção científica mundial, aumentou a quantidade de universidades federais e o número de pesquisadores, o país deu um "tiro no pé" reduzindo em 22% os recursos federais para ciência, diz a biomédica Helena Nader.

Para a presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), o governo erra ao ignorar o que a ciência nacional tem a dizer nos debates públicos sobre temas importantes, como o novo Código Florestal ou a conferência Rio+20.



Folha - Na semana passada a presidente Dilma afirmou que os cientistas deveriam ser avaliados também por patentes, além de produção científica. O que a sra. pensa disso?
Helena Nader - A universidade até pode fazer patente, mas esse não é o seu papel. O grande produtor de patentes deve ser a iniciativa privada. A Capes [Coordenação de Pessoal de Nível Superior] hoje pontua programas de pós-graduação com patentes. Mas querer que a universidade se responsabilize por patentes é um erro, mesmo que sejam feitas em parcerias com empresas. Essas parcerias ainda são muito frágeis.

Por que são frágeis?
As leis são problemáticas e deixam o cientista em uma posição vulnerável. Há problemas na interpretação das leis, como a Lei do Bem [de 2005, que trata prioritariamente de pesquisa em empresas]. Hoje, um professor com dedicação exclusiva em uma universidade pode, pela legislação, dedicar um dia por semana para um projeto em parceria com uma empresa. Mas isso pode causar problemas no Ministério Público, que entende que ele está deixando de fazer pesquisa e ensino. O professor concursado pode colocar em risco a carreira dele. Precisamos de uma legislação mais clara.

O Código Nacional de Ciência e Tecnologia, que tramita no congresso desde setembro do ano passado, resolveria isso?
Essa proposta é fantástica. Mas o texto ainda está sendo aprimorado [o texto compila leis atuais ligadas à pesquisa, relacionadas por exemplo à importação e compra de equipamentos]. A questão é que no Brasil as empresas multinacionais quase não fazem ciência, diferentemente do que acontece na Índia e na China. O Brasil precisa ter mais pesquisa e desenvolvimento nas empresas.

Mas as empresas costumam alegar que falta mão de obra para fazer pesquisa no Brasil.
Houve um aumento grande no número de cientistas nos últimos 20 anos, mas ainda não foi suficiente. No entanto, aqui temos cientistas de primeira. Nós não existíamos como ciência pesada há 20 anos! Isso aconteceu nas universidades e nos institutos de pesquisa. E não adianta dizer que os cientistas das universidades são voltados à ciência básica [produção do conhecimento] e não à ciência aplicada [que gera produtos e inovações] porque essa polarização é fictícia. As duas formas de pesquisa se complementam.

A SBPC tem se manifestado recorrentemente em relação ao corte de 22% de recursos federais à ciência. Houve algum retorno do governo?
Por enquanto, nada. Só se essa resposta estiver sendo formulada agora, enquanto estamos conversando (risos). E os números dos cortes ainda serão piores. Se o PIB (Produto Interno Bruto) crescer, a porcentagem destinada à ciência ficará menor ainda. O "PAC da Ciência" previa 1,8% para ciência em 2015. Isso não vai acontecer. Nós tiramos o chapéu quando o presidente Lula criou universidades federais. Essas instituições têm professores com, no mínimo, doutorado. Agora que a ciência tem força, nós cortamos o dinheiro?

A SBPC também tem brigado para alterar o texto do Código Florestal, que deve ser votado na semana que vem. Os cientistas estão sendo ouvidos?
Os cientistas não são ouvidos pelo governo porque não temos uma "bancada de cientistas" no Congresso, como têm os ruralistas. A ciência nacional cresceu e se fortaleceu, temos pesquisadores sendo disputados por instituições de pesquisa respeitadas em todo o mundo. Agora os cientistas deveriam ser ouvidos. Nós temos uma proposta para o Código Florestal, assim como temos um material que levaremos para discussão na Rio+20. Deveríamos ser mais ouvidos.

terça-feira, 17 de abril de 2012

CONTRA O CORTE NO ORÇAMENTO DE C&T



Membros do CCT apoiam manifesto contra corte no orçamento do MCTI

No dia 4 de abril, membros do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT) e representantes da sociedade civil declararam publicamente apoio ao manifesto que pede a revisão do corte no orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O apoio "decorre da certeza de que investimentos em C,T&I são fundamentais e prioritários para assegurar o desenvolvimento sustentável, econômico e social do País", diz o documento.

Confira a íntegra da nota dos membros do CCT no link: http://www.sbpcnet.org.br/site/arquivos/arquivo_329.doc.

O manifesto pedindo a revisão do orçamento do Ministério foi publicado no jornal Folha de São Paulo, no dia 20 de março, e é assinado por dez entidades, entre elas a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Academia Brasileira de Ciências (ABC), a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei).

Nele as entidades ressaltam que os repetidos cortes e contingenciamentos de recursos destinados à pesquisa científica e à inovação são incompatíveis com os recentes compromissos do governo para manter o status conquistado pelo Brasil, hoje dono da sexta maior economia do mundo e reconhecido como uma nação de liderança global.

"A pesquisa científica e tecnológica é base para inovação e para a formação de recursos humanos qualificados, com impactos significativos no crescimento e na geração de riquezas. Em países vencedores no campo da inovação, o investimento é fruto de aportes relevantes tanto do setor privado quanto do público."

Leia a íntegra do manifesto: http://www.sbpcnet.org.br/site/arquivos/arquivo_328.pdf.

(Ascom da SBPC)

MORRE GILBERTO VELHO



Morre o antropólogo Gilberto Velho

A ABC e grupos de cientistas sociais pretendem homenagear o antropólogo este ano em seus eventos. Colegas destacam seu pioneirismo na antropologia urbana.

Faleceu na madrugada deste sábado (14) o antropólogo Gilberto Velho, aos 66 anos, vítima de um AVC enquanto dormia em seu apartamento, em Ipanema, no Rio de Janeiro. Seu corpo foi velado no domingo (15) no Cemitério São João Batista, e cremado hoje (16) no Cemitério São Francisco Xavier, na Zona Portuária do Rio.

Em nota, a presidente Dilma Rousseff afirma que a "triste perda" do antropólogo "deixa uma lacuna no trabalho coletivo de se pensar o nosso País". "Suas pesquisas enriqueceram as ciências sociais e deram contribuição fundamental para o entendimento do Brasil contemporâneo", lamenta a presidente.

É consenso no meio científico que o trabalho de Velho é pioneiro especialmente na área da antropologia urbana, tanto no Brasil quanto fora. Sua contribuição se deu em áreas como o estudo das camadas médias e elites urbanas, antropologia das sociedades complexas, estudos de transe e possessão, teoria da cultura, antropologia e sociologia da arte, violência e a problemática do uso de drogas, além do papel social e político destas.

"Linha de frente" - Jacob Palis, presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), lembra que Velho foi um dos primeiros a introduzir esses temas modernos numa época em que a antropologia se concentrava no estudo das populações indígenas. "Uma contribuição excepcional, pioneira no Brasil; Gilberto estava na linha de frente das Ciências Sociais", ressalta.

Em 'A Utopia Urbana: um estudo de antropologia social', de 1973, Velho deslocou o foco das pesquisas antropológicas para o cerne urbano da sociedade, baseando-se em entrevistas com moradores de um prédio de Copacabana.

Daniel Simião, secretário geral da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), da qual Gilberto Velho foi presidente de 1982 a 1984, conta que sua reflexão sobre "estranhar o familiar e familiarizar-se com o exótico na construção do olhar antropológico", publicada há mais de três décadas, ainda é muito utilizada na formação acadêmica dos antropólogos, "em qualquer disciplina de introdução à antropologia". "É a importância de reconstruir nossos mapas mentais para entender o que nos é familiar, mas não é conhecido. Isso vem da preocupação dele de estudar o que é próximo, que constitui o campo da antropologia urbana. Foi um professor que marcou muitas gerações", lembra.

Velho foi eleito Membro Titular da ABC em 2000, sendo um dos primeiros de área de Ciências Sociais a ingressar na Academia. "Ele colaborou muito com a Academia, sempre muito disposto, muito positivo. Foi muito inesperado", lamenta Palis, destacando também seu apoio à formação de pesquisadores jovens, "de quem cuidava muito".

Atualmente, ele desenvolvia uma pesquisa em Carreiras, Projeto e Mediação em Sociedades Complexas, onde investigava as relações entre vários níveis e domínios da realidade sócio-cultural, assim como processos de construção social da realidade e de definição de situação a partir das tradições interacionista e fenomenológica das ciências sociais. Nos últimos anos, preocupou-se em estabelecer comparações entre o Brasil e outras sociedades, particularmente com Portugal.

Carreira - Nascido no Rio de Janeiro, Gilberto Cardoso Alves Velho graduou-se em Ciências Sociais no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IFCS-UFRJ) em 1968. Dois anos mais tarde, obteve o mestrado em Antropologia Social no Departamento de Antropologia do Museu Nacional da UFRJ, em 1970. Especializou-se em Antropologia Urbana e das Sociedades Complexas na Universidade do Texas, em Austin (EUA) e concluiu o doutorado em Ciências Humanas pela Universidade de São Paulo, em 1975.

Foi professor visitante e conferencista em universidades como a Columbia University, Berkeley University, Universidade de Utrech e Universidade de Leiden (Holanda), Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa e Museu Nacional de Etnologia de Lisboa (Portugal), Universidade de Goa (Índia), entre outras.

Além da Associação Brasileira de Antropologia, Gilberto Velho presidiu a Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais, ANPOCS (1994-1996). Foi vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) de dezembro de 1991 a julho de 1993, ocupando o lugar de José Albertino Rodrigues, morto em um acidente automobilístico.

Foram mais de 160 artigos publicados em periódicos nacionais e internacionais, além de ter sido organizador e autor de 16 livros. Recebeu da Presidência da República do Brasil a Comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico em 1995 e a Grã-Cruz em 2000. Anteriormente, já havia sido homenageado com a Medalha UERJ-40 Anos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (em 1990) e posteriormente com a Medalha Capes 50 Anos, em 2001.

Homenagens em 2012 - A ABC pretende homenageá-lo em sua reunião magna anual, que ocorrerá nos dias 7 a 9 de maio e vai lançar a ideia de um simpósio no fim de 2012 na área de Ciências Sociais em sua memória, durante a reunião Avanços e Perspectivas na Ciência no Brasil, América Latina e Caribe. Por sua vez, Daniel Simião lembra que em julho, durante a 28ª Reunião Brasileira de Antropologia, em São Paulo, "certamente haverá um espaço para homenagear esse grande mestre".

Atualmente, Gilberto era professor titular do Departamento de Antropologia do Museu Nacional, da UFRJ. Ele tinha um histórico de problemas de cardiopatia, era divorciado e não deixa filhos.

(Clarissa Vasconcellos - Jornal da Ciência)
iN: JC e-mail 4477, de 16 de Abril de 2012.

quarta-feira, 28 de março de 2012

MORRE O CRIADOR DO PASQUIM: MILLÔR FERNANDES




A presidente, Dilma Rousseff, divulgou nota nesta quarta-feira em que destaca os talentos e elogia o desenhista, jornalista, dramaturgo e escritor Millôr Fernandes, que morreu na noite de terça-feira (27), aos 88 anos.

Dilma afirma, na nota, que Millôr foi um gênio brasileiro, ícone do humorismo.

"Brilhante jornalista, com a mesma maestria tornou-se escritor, cartunista e dramaturgo. Autodidata, traduziu para o português dezenas de obras teatrais clássicas. Atuou em diversos veículos de comunicação, além de ter sido fundador de publicações alternativas", disse a presidente.

"Com sua morte, o Brasil e toda a nossa geração perdem uma referência intelectual", concluiu Dilma.
REPERCUSSÃO

(...)
Para ministra da cultura, Ana de Hollanda, "Millôr Fernandes, além de filósofo do nosso cotidiano, com um humor cáustico, foi excelente cronista, dramaturgo, tradutor, jornalista e desenhista".

"Ele lançou um estilo que influenciou fortemente a cultura brasileira, em especial a de resistência política nos anos da ditadura militar. Faço parte dos milhares de leitores e admiradores que Millôr adquiriu em vida e continuará conquistando através de sua obra. Uno minha solidariedade aos parentes, amigos e admiradores, neste momento doloroso", declarou a ministra.
(...)

CONVALESCENÇA

Em fevereiro do ano passado, Millôr Fernandes sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) isquêmico. Em novembro de 2011, ele recebeu alta após uma temporada de quase cinco meses internado na Casa de Saúde São José, em Botafogo, zona sul do Rio.

De acordo com a família, Millôr sofreu falência múltipla dos órgãos e parada cardíaca na noite de terça. O velório será aberto ao público nesta quinta-feira (29), das 10h às 15h, no Cemitério Memorial do Carmo, no Caju, na Zona Portuária do Rio. Após o evento, o corpo será cremado em cerimônia restrita à família.

Millôr deixa dois filhos, Ivan e Paula, frutos de seu relacionamento com Wanda Rubino. Dois de seus irmãos são vivos: Ruth, que mora no Equador, e Hélio, proprietário do jornal "Tribuna da Imprensa".

BIOGRAFIA

Nascido no bairro do Méier, no Rio, Millôr nasceu Milton Fernandes em 23 de agosto de 1923, mas foi registrado em 27 de maio de 1924. Anos mais tarde, ao ler sua certidão de nascimento percebeu que o "T" se assemelhava a um "L" e o "N", inconcluso, parecia um "R", sugerindo a grafia Millôr em vez de Milton. Assumiu-se, então, Millôr.

Millôr perdeu os pais ainda criança --o pai morreu de intoxicação quando ele era bebê e a mãe, vítima de câncer, quando ele tinha dez anos.

Em 1938, aos 14, Millôr entrou no Liceu de Artes e Ofícios e começou a trabalhar profissionalmente na revista "O Cruzeiro". Naquele momento, se tornaria um dos principais nomes do jornalismo e das artes no Brasil. Registros constatam, inclusive, que, no período em que ele ficou no "Cruzeiro", as vendas subiram de 11 mil para 750 mil exemplares.

Foi também um dos criadores do jornal "PifPaf". Apesar de ter durado apenas oito edições, considera-se que a publicação deu início à imprensa alternativa no Brasil. Ele foi ainda um dos colaboradores de "O Pasquim", reconhecido por seu papel de oposição ao regime militar.

Com diversas aptidões --para o desenho, a prosa, a poesia, o teatro, a literatura e a tradução--, raramente se sentia frustrado. Foi premiado como desenhista (dividiu com seu ídolo Saul Steinberg [1914-1999] o primeiro lugar na Exposição Internacional do Museu da Caricatura de Buenos Aires, em 1955) e requisitado como tradutor (de Shakespeare, Molière, Sófocles, Bernard Shaw).

Também escreveu peças célebres como "Liberdade, Liberdade" (1965), em parceria com Flávio Rangel, e que se tornou uma das obras pioneiras do teatro de resistência ao regime militar. A montagem foi encenada pelo Grupo Opinião, com Paulo Autran e Tereza Rachel no elenco.

Millôr Fernandes publicou mais de 50 livros a partir de 1946, boa parte compilando textos humorísticos e desenhos feitos para a imprensa. Entre eles, "Fábulas Fabulosas" (1964) e "A Verdadeira História do Paraíso" (1972). Veja outras de suas publicações "[aqui]".http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1068385-veja-cronologia-e-algumas-obras-de-millor-fernandes.shtml.

Entre os múltiplos talentos de Millôr também estava o de roteirista. Foram mais de dez roteiros criados para o cinema, individualmente --"Modelo 19" (1952, mais conhecido como "O Amanhã Será Melhor"; "Amor para Três" (1960), "Ladrão em Noite de Chuva" (1960); "Esse Rio que Eu Amo" (1962), "Crônica da Cidade Amada" (1965), "O Menino e o Vento" (1967) e "Últimos Diálogos" (1995)-- ou em parceria, como "O Judeu" (1995), com Geraldo Carneiro e Gilvan Pereira, e "Mátria" (1998), com Carneiro e Jom Tob Azulay. Em "Terra Estrangeira" (1995), dirigido por Walter Salles e Daniela Thomas, participou com diálogos adicionais.

Millôr foi uma das primeiras personalidades brasileiras a ter espaço na internet, inaugurando seu site, que segue no ar até hoje, no ano 2000. No Twitter, tem mais de 368 mil seguidores.

POLÍTICA E JORNALISMO

Seu humor crítico e inclemente lhe traria problemas também com governantes, desde o presidente Juscelino Kubitschek (que censurou seu programa "Treze Lições de um Ignorante", na TV Tupi Rio, após uma piada com a primeira-dama) até os militares que atacaram "O Pasquim" --jornal que ele ajudou a criar-- durante a ditadura.

A política também causaria o fim de seu primeiro período como colaborador da revista "Veja" (1968-1982), quando se negou a cessar o apoio público a Leonel Brizola nas eleições para governador do RJ em 1982.

Em setembro de 2004, voltaria à "Veja", mas sairia cinco anos depois --seu contrato não seria renovado após Millôr questionar (a princípio extrajudicialmente) a publicação de suas colunas antigas na edição digital da revista.

Na Folha, Millôr Fernandes assinou uma coluna semanal, no caderno dominical "Mais!", entre julho de 2000 e agosto de 2001.

Foi neste período que escreveu texto que lhe rendeu processo do deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), após dizer que seu projeto de restringir termos estrangeiros na língua portuguesa era "uma idioletice".

Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1068468-brasil-perde-referencia-intelectual-com-morte-de-millor-diz-dilma.shtml

segunda-feira, 26 de março de 2012

DEU NA SCIENCE AND DEVELOPMENT NETWORK: CORTES NA C&T NO "BRAZIL"



Scientists protest against fresh S&T budget cuts
Luís Amorim
6 March 2012 | EN
[RIO DE JANEIRO] Science agencies in Brazil have voiced concern at the government's decision to cut the science, technology and
innovation (ST&I) budget by nearly a fifth.
The US$3.8 billion (6.7 billion Brazilian reals) Ministry of Science, Technology and Innovation (MSTI) budget for 2012 — which had already
been approved by Congress — was cut last month (15 February) by around US$850 million, as part of efforts to cut the overall budget by
US$31 billion.
Funding for science increased year on year throughout the eight-year presidency of Luiz Inácio Lula da Silva, whose time in office was
characterised by strong support for science.
But the ministry's budget has now shrunk for a second year in a row under the new president, Dilma Rousseff, despite promises to continue
her predecessor's policies.
Overall funding now stands at around a third of what it was in 2010 — a worrying trend, according to Luiz Davidovich, director of the Brazilian
Academy of Sciences.
"Last year's reduction could have been seen as an 'accident' — reflecting the government's intention to balance the budget in the context of the global economic
crisis. But a second cut starts to look like government policy," he told SciDev.Net.
The Brazilian Society for the Advancement of Science (SBPC) and the Brazilian Society of Physics (SBF) have both sent public letters of protest to the government.
The president of the SBPC, Helena Nader, told SciDev.Net that Rousseff is giving contradictory messages about her government's intentions on the future of ST&I
investment.
Nader said Rousseff had highlighted the importance of ST&I in the country's 'Major Plan', issued in August 2011, and again when appointing Marco Antonio Raupp as
Brazil's new science minister in January of this year.
"In spite of that, the budget has been significantly cut back — and our understanding is that the president reviews all such cuts," said Nader.
In its public note of protest, the SBF said it was concerned and disappointed at the decision to impose fresh cuts at a time of increasing gross domestic product
(GDP).
Davidovich and Nader said the budget cuts will affect productivity, and make Brazil less attractive to scientists — possibly exacerbating brain drain.
"What successful researcher would want to exchange a country with a stable investment for a country where they do not know what is going to happen next month?"
Nader said.


Fonte:
http://www.scidev.net/en/science-and-innovation-policy/finance/news/scientists-protest-against-fresh-s-t-budget-cuts.html

DEU NA NATURE: PESQUISADORES BRASILEIROS REAGEM CONTRA OS CORTES NO ORÇAMENTO



NATURE | FROM SCIDEV.NET
Brazilian researchers protest budget cuts
Science, technology and innovation spending will fall by 20%.
07 March 2012
RIO DE JANEIRO
An article from SciDev.Net
Science agencies in Brazil have voiced concern at the government's decision to cut the science, technology and
innovation (ST&I) budget by nearly a fifth.
The US$3.8 billion (6.7 billion Brazilian reals) Ministry of Science, Technology and Innovation (MSTI) budget for
2012 — which had already been approved by Congress — was cut last month (15 February) by around US$850
million, as part of efforts to cut the overall budget by US$31 billion.
Funding for science increased year on year throughout the eight-year presidency of Luiz Inácio Lula da Silva,
whose time in office was characterised by strong support for science.
But the ministry's budget has now shrunk for a second year in a row under the new president, Dilma Rousseff, despite promises to continue her predecessor's policies.
Overall funding now stands at around a third of what it was in 2010 — a worrying trend, according to Luiz Davidovich, director of
the Brazilian Academy of Sciences.
"Last year's reduction could have been seen as an 'accident' — reflecting the government's intention to balance the budget in the
context of the global economic crisis. But a second cut starts to look like government policy," he told SciDev.Net.
The Brazilian Society for the Advancement of Science (SBPC) and the Brazilian Society of Physics (SBF) have both sent public
letters of protest to the government.
The president of the SBPC, Helena Nader, told SciDev.Net that Rousseff is giving contradictory messages about her government's
Brazilian scientists are concerned by President Dilma
Rousseff's second year of budget cuts.
Nader said Rousseff had highlighted the importance of ST&I in the country's 'Major Plan', issued in August 2011, and again when appointing Marco Antonio Raupp as
Brazil's new science minister in January of this year.
"In spite of that, the budget has been significantly cut back — and our understanding is that the president reviews all such cuts," said Nader.
In its public note of protest, the SBF said it was concerned and disappointed at the decision to impose fresh cuts at a time of
increasing gross domestic product (GDP).
Davidovich and Nader said the budget cuts will affect productivity, and make Brazil less attractive to scientists — possibly
exacerbating brain drain.
"What successful researcher would want to exchange a country with a stable investment for a country where they do not know what
is going to happen next month?" Nader said.


Nature doi:10.1038/nature.2012.10187
This article was originally published by SciDev.Net on 6 March 2012.

sexta-feira, 16 de março de 2012

LUTO NA CIÊNCIA: MORRE AZIZ AB'SABER



É com profunda tristeza que anunciamos a morte do nosso querido Prof. Aziz Ab'Saber, ex-presidente da SBPC, presidente de honra, conselheiro, mestre e grande intelectual.
Faleceu em casa no dia de hoje às 10h...

DEU NA FOLHA DE S.PAULO: CORTES EM CIÊNCIA - DA PRESIDENTA DA SBPC



O ASSUNTO É POLÍTICA CIENTÍFICA

CORTES EM CIÊNCIA E O PAÍS EM MARCHA À RÉ

Em nome do superávit primário, eles causarão prejuízos muito grandes na competitividade da indústria brasileira; não é uma questão corporativa ou salarial
Os cortes de R$ 1,48 bilhão (22%) e de R$ 1,93 bilhão (5,5%), respectivamente, nos orçamentos dos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Educação (MEC), anunciados recentemente pelo governo federal, são deveras preocupantes quando se tem como compromissos o desenvolvimento sustentável, a competitividade da economia brasileira e o bem-estar de nossas gerações presentes e futuras.
Não se duvida das necessidades macroeconômicas que levaram o governo a promover uma redução de R$ 55 bilhões em seus gastos em 2012. Mas não podemos concordar que, em nome do aumento do superávit primário e da redução da dívida pública, seja comprometido o futuro do Brasil e dos brasileiros.
Não sabemos o quanto os cortes no MCTI e no MEC ajudarão no desempenho das contas federais, mas temos certeza sobre as suas repercussões na vida do país: prejuízos às medidas que visam reduzir o nosso inaceitável déficit educacional e à projeção no cenário científico e tecnológico mundial, além da diminuição da já precária competitividade da indústria brasileira.
Esses aspectos, convenhamos, não condizem com a condição de sexta economia mundial, posição que foi comemorada pelo governo.
Educação de qualidade e produção de C&T avançadas são prioridades para o desenvolvimento nacional. Para ficar na comparação apenas com dois emergentes, a Coreia do Sul ocupa a 15ª posição no ranking de IDH e tem renda per capita PPC (paridade de poder de compra) de US$ 31.753; a Finlândia tem a 22ª posição no IDH e renda per capita PPC de US$ 40.197.
Já o Brasil ocupa a 84ª posição, com renda per capita PPC de US$ 11.767. Os investimentos públicos e privados em P&D (pesquisa e desenvolvimento) nesses países com relação ao PIB: Finlândia, 3,84%; Coreia do Sul, 3,36%; Brasil, 1,19%.
É preocupante a morosa evolução dos dispêndios em P&D com relação ao PIB no Brasil. Se em 2001 o investimento público em P&D correspondia a 0,57% do PIB, em 2004 esse índice baixou para 0,48%.
Em 2010, chegou a 0,63%, mas há o receio de que o valor volte a cair no fechamento das contas de 2011, uma vez que no ano passado, apesar do crescimento do PIB, aconteceram cortes nos gastos com P&D.
Há que se notar que os cortes no MCTI têm um agravante. Boa parte do seu orçamento sai do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), constituído por contribuições compulsórias de setores como petróleo, energia elétrica, transporte e informática.
No entanto, o governo federal, com a justificativa do superávit primário, retém parte dos recursos do FNDCT que, por lei, deveriam ser aplicados em ciência, tecnologia e inovação. Estudos apontam que de 2006 a 2010 a arrecadação do FNDCT somou R$ 11,8 bilhões, dos quais o governo reteve R$ 3,2 bi.
É importante que a sociedade saiba que as nossas reclamações contra os cortes em ciência não tem qualquer relação com questões de natureza corporativa ou salariais.
Nosso objetivo é contribuir para o desenvolvimento da ciência, da tecnologia e da inovação como componentes fundamentais para o crescimento socioeconômico do Brasil.
Temos claro que os cortes no MEC e no MCTI causarão prejuízos infinitamente maiores do que o montante que se está economizando agora.
HELENA NADER, 64, biomédica, é presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), membro da Academia Brasileira de Ciências e professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)