Foram apresentadas 22 Moções
para a Assembléia Geral da 77ª Reunião Anual da SBPC. Elas se distribuíram
mais ou menos assim:
- 03 (três) in memoriam;
- 02 (duas) sobre a situação
do genocídio na Palestina;
- 02 (duas) moções de
aplausos à 77ª. RA da SBPC e à UFRPE;
- as
demais foram: sobre investimento na ciência, democratização do Conselho
Deliberativo do Fundo Social do Pré-Sal, reajuste de bolsas e mais
investimentos para um maior numero de bolsas, além de um sistema previdenciário
que inclua o período como bolsista, sobre os graves problemas da privatização
das escolas públicas no Paraná, além da necromilitarização de centenas de
escolas, a L.G.U. e seus impactos deletérios para as universidades públicas do
Estado do Paraná, a questão da plataformização do ensino público e a necessidade
do retorno de editais públicos para o fomento da ciência no Paraná.
Algumas Moções semelhantes foram fundidas uma na outra e, ao final, foram aprovadas 15 Moções (v. http://www.jornaldaciencia.org.br/edicoes/?url=http://jcnoticias.jornaldaciencia.org.br/1-assembleia-geral-de-socios-da-sbpc-aprova-15-mocoes-2/&utm_smid=11721435-1-1).
A
Secretaria Regional (SR) do PR conseguiu a indicação de cinco Moções para a
Assembléia Geral (privatização e plataformização das escolas, LGU,
necromilitarização do ensino público no Paraná e em todo o país e os editais
públicos da FA). Todas as Moções obtiveram mais de 20 indicações (o mínimo eram
10) para serem apreciadas pela Assembleia Geral da SBPC, ocorrida em 17 de
julho passado. Todas as Moções foram aprovadas a menos de uma: a da questão do
retorno de Editais Públicos pela FA Estadual. A Moção foi lida pela Presidência
da Mesa e, em seguida, com a palavra aberta aos sócios da SBPC: foi contestada
por um personagem e, então, a presidência da Mesa abriu para os associados que
quisessem se manifestar a respeito. Três se manifestaram: o secretário da SR-PR
e dois outros professores/pesquisadores: um ligado a um Napi e outro, de alguma
forma, ligado a uma outra FA (SC ou RS). A fala do Senhor do NAPi foi pela
contestação da Moção baseando-se não na questão central dessa Moção (a volta de
editais públicos fora do engessamento de NAPis e Encomendas Governamentais do
Estado), mas numa apologia do governo Rato Junior como benfeitor da educação e
da ciência no Paraná (ainda que duas outras Moções, sobre a precarização da
educação pública no Estado e a questão da LGU, tivessem sudo aprovadas quase
unanimamente). Depois desse prolegômeno, o personagem contestador autoelogiou seu
próprio Projeto Napi num discurso relativamente longo quando foi interrompido
pela presidência da Mesa. O outro que falou, copiou relativamente a mesma
estrutura da fala anterior para elogiar a FA de seu Estado e lodar também a do
Paraná, ainda que a desconhecesse. A presidência da Mesa colocou então a Moção
em votação: infelizmente sem possibilidade de votos de forma remota, que
somaria mais 20 votos daqueles que assinaram o envio da Moção para a plataforma
de Moções da SBPC, o resultado foI: 06 (seis) votos favoráveis [quando seriam
26 se houvesse a possibildade de participação remota], 12 (doze) contra e quase
120 (cento e vinte) abstenções. Esse número retirou a Moção de pauta, mas ele
representa um número expressivo, pois mostra que ficou a dúvida em professores
e pesquisadores de todo o país sobre a questão de como a ciência no Estado do Paraná
é direcionada e comandada diretamente do Palácio do Iguaçú seja por “Arranjos” ou
“Encomendas” do governador do Estado.
Após
o fim da SBPC, num vídeo de instagram enviado à esssa SR da fala do professor
que elogiou o governo Rato Junior e autoelogiou seu “Arranjo”, foi postado por
um secretário de Estado do Paraná. Incrivelmente, o professor presente naquela
Assembleia premeditou sua fala, fêz-se filmar no momento de sua fala, mostrando
que premeditou o ato, e enviou essa filmagem ao Secretário de Estado do PR que
o publicou em seu Instagram elogiando esse professor. Apesar do flagrante despropósito,
esse acontecimento foi otimo pois mostrou o acerto da Moção sobre os termos “arranjos”
e “encomendas”, atestado exatamente, in persona, no comportamento do
professor contestador. Com as cinco Moções propostas pela SR-PR demonstramos os
malefícios do governo Rato Junior no largo espectro que varre a educação
pública em todos os níveis em nível estadual (e seus impactos deletérios em
nível nacional) e as condições nada livres do desenvolvimento da ciência e da
tecnologia no Estado, limitando recursos e possibilidades criativas de quem não
se coloca como um pupazzo manipulável do governo estadual.
