(Ler em: https://jcnoticias.jornaldaciencia.org.br/wp-content/uploads/2025/03/JC_8111.pdf)
Secretário Regional - Marcos Cesar Danhoni Neves; Secretário Adjunto - Hugo Valadares Siqueira
quarta-feira, 2 de abril de 2025
sexta-feira, 28 de março de 2025
Do Golpe Militar de 64 ao 8 de Janeiro de 2023: a necessidade de defender a democracia
Do Golpe Militar de 64 ao 8 de Janeiro de 2023: a
necessidade de defender a democracia
SBPC e ABC promovem nesta segunda-feira, 31 de março, um
debate sobre a impunidade histórica no Brasil, com o embargador Alfredo Attié
(TJ/SP) e o professor Juremir Machado da Silva (PUCRS). O evento será
transmitido ao vivo pelo canal da SBPC no YouTube, às 11h15
A Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência (SBPC)
promoverá nesta segunda-feira, 31 de março, um debate sobre a
impunidade histórica em relação aos golpes e tentativas de golpe no Brasil,
desde 1964 até os eventos mais recentes de 2022 e 2023, em parceria com a
Academia Brasileira de Ciências (ABC). O evento será transmitido ao
vivo pelo canal da SBPC no YouTube – www.youtube.com/canalsbpc -
a partir das 11h15.
Com o título “Do Golpe Militar de 64 ao 8 de Janeiro de
2023: a necessidade de defender a democracia”, a discussão parte do
pressuposto de que a falta de punição para atos antidemocráticos no passado
criou um ambiente que permitiu não apenas o golpe de 1964, mas também as
tentativas, felizmente fracassadas, de desestabilização nos últimos anos. O
evento busca traçar um paralelo entre esses momentos, mostrando como a ausência
de consequências para os envolvidos em conspirações anteriores acabou por
incentivar novas investidas contra a ordem democrática.
Em 1964, o golpe militar foi precedido por uma série de
eventos que não foram punidos, como o suicídio forçado de Getúlio Vargas em
1954, as rebeliões de Jacareacanga e Aragarças, e a Operação Mosquito, que
planejava assassinar João Goulart. Esses episódios funcionaram como uma espécie
de ensaio geral para o que viria a ser o regime militar. Da mesma forma, os
ataques à democracia entre 2019 e 2022 – incluindo os discursos inflamados, os
bloqueios de estradas, o vandalismo durante a diplomação de Lula e Alckmin em
12 de dezembro de 2022, culminando na tentativa de explodir o aeroporto de
Brasil na véspera de Natal – também seguiram um roteiro de impunidade que
culminou na invasão dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
O debate contará com a participação de dois grandes
nomes: o desembargador Alfredo Attié (Tribunal de Justiça do Estado de
São Paulo – TJ/SP), doutor em Filosofia do Direito e especialista em
Montesquieu, que foi um dos autores da petição enviada ao STF pedindo a
interdição de Jair Bolsonaro por insanidade mental; e o professor
titular da PUCRS, Juremir Machado da Silva, historiador, jornalista e
escritor, conhecido por obras como “História Regional da Infâmia” e uma
importante biografia de Getúlio Vargas. A mediação ficará a cargo dos
presidentes das duas entidades, Renato Janine Ribeiro (SBPC) e Helena
Bonciani Nader (ABC).
A proposta é não apenas revisitar o passado, mas refletir
sobre como a justiça e as instituições devem agir para evitar que a impunidade
continue alimentando ciclos de violência política. Daí a importância do atual
julgamento, no STF, dos criminosos que tentaram o golpe há apenas dois anos.
O evento está aberto a todos os interessados em entender os
mecanismos que fragilizam a democracia e como é preciso fortalecê-la diante de
tantas ameaças.
SERVIÇO:
Do Golpe Militar de 64 ao 8 de Janeiro de 2023: a
necessidade de defender a democracia
Data: 31 de março de 2025
Horário: 11h15
Transmissão ao vivo: www.youtube.com/canalsbpc
EDSON LUIZ, PRESENTE!
Edson Luiz! Presente!
No dia de hoje, há exatamente 57 anos atrás, o jovem
estudante Edson Luiz era assassinado pelas mãos na polícia militar durante uma
manifestação por melhorias no restaurante Calabouço.
Junto à ele, centenas de estudantes se mobilizaram para que
se pudesse ter uma alimentação digna no Calabouço. Mas o braço armado do estado
reprimiu covardemente a manifestação.
O seu legado ecoa até hoje na luta por liberdade, dignidade
e justiça. Lembraremos sempre de Edson, para que nunca se esqueça, para que
nunca mais aconteça.
quarta-feira, 26 de março de 2025
Inscrições abertas para a Sessão de Pôsteres da 77ª Reunião Anual da SBPC
Evento será realizado entre os dias 13 e 19 de julho na
Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), em Recife; prazo para
submissão de trabalhos vai até 26 de março
Os interessados em participar da 77ª Reunião Anual da
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), com submissão de
trabalho na Sessão de Pôsteres, têm até 26 de março de 2025 para se
inscrever. Com o tema “Progresso é Ciência em todos os Territórios”,
o evento será realizado entre os dias 13 e 19 de julho de 2025 na Universidade
Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), em Recife.
Podem ser submetidos trabalhos com resultados de
pesquisas científicas e tecnológicas, nas áreas de Ciências Exatas e da Terra,
Ciências Biológicas, Engenharias, Ciências da Saúde, Ciências Agrárias,
Ciências Sociais Aplicadas, Ciências Humanas, Linguística, Letras e Artes.
Os trabalhos serão analisados pelos assessores da SBPC e
poderão ser aceitos ou recusados. Somente os aceitos, e com a taxa de inscrição
paga, serão programados para apresentação na Sessão de Pôsteres, cujo formato
de apresentação é vídeo-pôster ou também pôster presencial durante o evento. A
taxa de inscrição deverá ser paga somente se o trabalho for aceito. Consulte neste link as Normas.
Vale destacar que o prazo final para inscrição poderá ser
antecipado caso o limite de 600 trabalhos esgote, o que fará com que essa
categoria de inscrição fique automaticamente indisponível.
A Sessão de Pôsteres também incluirá a Jornada
Nacional de Iniciação Científica (JNIC), que apresentará os melhores
trabalhos de iniciação científica e tecnológica, selecionados pelas
instituições de origem, como universidades, centros de ensino e pesquisa,
Institutos Federais, Centros Federais de Educação Tecnológica, entre outras. Os
responsáveis das Instituições que optarem por participar devem consultar as
normas no site oficial.
Para obter mais informações sobre o processo de submissão
de trabalhos, acesse o site oficial da 77ª Reunião Anual: https://ra.sbpcnet.org.br/77RA/.
Festa da Ciência
Criada em 1948, a SBPC é uma entidade voltada à defesa do
avanço científico e tecnológico e do desenvolvimento educacional e cultural do
Brasil. Desde 1949, a entidade realiza, ininterruptamente, as Reuniões Anuais,
com os objetivos de difundir para toda a população os avanços da Ciência
nacional nas diversas áreas do conhecimento, além de debater políticas públicas
nas áreas de Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação.
Esta 77ª edição Reunião Anual da SBPC tem como objetivo
reforçar a importância da ciência para o desenvolvimento inclusivo e
sustentável em todas as regiões do País. O evento reunirá pesquisadores,
estudantes, profissionais e entusiastas da ciência para discutir temas
relevantes e compartilhar conhecimentos, em uma rica e diversificada
programação. Além da Sessão de Pôsteres, o evento contará com conferências,
mesas-redondas, painéis, atividades culturais, exposições interativas e mostras
científicas. O encontro também promoverá minicursos, webminicursos e atividades
específicas para estudantes e professores de diferentes níveis de ensino,
pesquisadores, profissionais de diversas áreas e o público em geral.
A inscrição para a Reunião Anual já pode ser realizada
diretamente no site oficial do evento. A participação no evento é gratuita, exceto
para aqueles que desejarem adquirir o material do evento ou para autores que
tiverem trabalhos aceitos na Sessão de Pôsteres. Os minicursos e webminicursos
também possuem uma taxa de matrícula.
A SBPC convida todos os interessados a participarem deste
encontro que celebra a ciência e seu papel fundamental no desenvolvimento da
sociedade!
Todas as informações sobre o evento podem ser acessadas
neste link: https://ra.sbpcnet.org.br/77RA/
Jornal da
Ciência
terça-feira, 25 de março de 2025
PLOA 2025: orçamento do MCTI cresce, mas CNPq perde R$ 76 milhões!
PLOA 2025: orçamento do MCTI cresce, mas CNPq
perde R$ 76 milhões
Análise realizada pela assessoria parlamentar
da SBPC mostra impacto da distribuição de verbas para a Ciência, que pode
comprometer a gestão de bolsas de pesquisa
Com aproximadamente quatro meses de atraso, o
Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2025 foi finalmente aprovado na
última quinta-feira, 20 de março. Na análise dos recursos destinados à política
científica federal, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) terá
um orçamento 6,96% maior do que no comparativo com 2024, entretanto, um de seus
principais órgãos, o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico), lidará com uma perda de R$ 76 milhões
A análise foi feita pela assessoria parlamentar
da SBPC com base no relatório final do PLOA 2025. Essas interpretações sobre a
Lei Orçamentária Anual (LOA) e a execução orçamentária das unidades da
administração pública são realizadas como parte da articulação da SBPC nos
poderes Legislativo e Executivo, com o objetivo de garantir uma melhor
estrutura nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I).
Segundo o relatório final aprovado do PLOA
2025, o MCTI terá um orçamento de R$ 13.719 bilhões, superando seus recursos de
2024. Entretanto, este valor é R$ 2,961 bilhões menor do que o colocado na
proposta inicial do PLOA 2025. Tal diferença se deve pela aplicação da DRU, a
Desvinculação de Recursos da União, sobre os recursos do Fundo Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).
A DRU é uma regra constitucional que permite ao
Governo Federal desvincular 30% das verbas carimbadas de órgãos ou fundos em
funcionamento no País, além das receitas de impostos, taxas e multas das
unidades da federação. Apesar de estar estabelecida há anos na gestão
orçamentária, a DRU tem um determinado período de validade, e estava vencida
quando a primeira versão do PLOA 2025 foi desenhada.
Tradicionalmente, é comum que os Projetos de
Lei Orçamentária Anual sejam elaborados já considerando a dedução de 30% da
DRU, mas como a primeira versão do PLOA 2025 foi encaminhada para votação em
agosto de 2024 e a DRU foi renovada apenas em dezembro, há uma discrepância de
valores entre o que foi proposto e o que foi aprovado pelo Legislativo.
Na prática, por conta do calendário de
tramitação da DRU, ela acabou sendo aplicada somente sobre os recursos
não-reembolsáveis do FNDCT, que saíram de R$ 10,301 bilhões no PLOA 2025
original para R$ 7,334 bilhões no relatório aprovado. Já a parcela reembolsável
do Fundo foi aprovada sem corte, totalizando R$ 10,301 bilhões.
Além da DRU, também é válido ressaltar o
impacto do caminho político percorrido pelo PLOA 2025, no qual as tramitações e
negociações no Senado Federal e na Câmara dos Deputados também afetam
diretamente a destinação de recursos.
No total, todas as unidades administrativas do
MCTI sofreram redução orçamentária no comparativo entre a primeira versão do
PLOA 2025 e seu relatório final, com exceção dos recursos destinados à
Administração Direta do Ministério, que teve um aumento de R$ 98,412 milhões,
fruto de emendas parlamentares.
Entretanto, a unidade do MCTI que perdeu mais
recursos foi o CNPq, que teve um corte de R$ 76,851 milhões. Com isso, o
orçamento final do órgão ficou em R$ 1,871 bilhão, o que representa 7,45% a
menos do que suas verbas de 2024.
Outro ponto preocupante acerca do CNPq é o fato
de que quase a totalidade desse corte ocorreu nas verbas destinadas à
“Formação, Capacitação e Fixação de Recursos Humanos para o Desenvolvimento
Científico”, nome dado para a programação das bolsas gerais distribuídas pelo
órgão. Houve um cancelamento de R$ 63,309 milhões nesta programática, agora
reduzida para R$ 1,246 bilhão, o que é 16,02% menor em comparação aos recursos
do ano passado.
O CNPq possui outra linha programática
destinada às bolsas de pesquisa, a “Formação e Expansão da Capacidade de
Pessoal Qualificado em Atividades de Pesquisa Tecnológica, Empreendedorismo e
Inovação”, que também sofreu um corte, de R$ 4,341 milhões. Mas, mesmo com essa
redução, a programática terá um orçamento 40% maior do que em 2024. De forma
geral, os números mostram que o CNPq deve ter um ano de 2025 com retração na
oferta de bolsas.
“A SBPC está muito preocupada com o PLOA 2025
porque ele consolida uma redução das verbas disponíveis para questões
essenciais no âmbito da Ciência e da Educação. Especificamente, o CNPq, cujo
foco é a pesquisa científica, foi bastante prejudicado. Vamos mobilizar a nossa
base junto ao Governo, a fim de que haja suplementações ao longo do ano, para
garantir que nenhuma bolsa seja cortada, que nenhum projeto aprovado tenha seu
financiamento recusado por falta de recursos para tal. Disso depende, como sempre
insistimos, o desenvolvimento do País”, pondera o presidente da entidade,
Renato Janine Ribeiro.
Outro órgão do MCTI que terá um orçamento
inferior ao de 2024 é a Agência Espacial Brasileira (AEB). No comparativo com a
proposta inicial do PLOA 2025, a unidade administrativa perdeu R$ 5,756 milhões
e terá um orçamento de R$ 131,4 milhões para gerir suas atividades, o que
representa 11,42% a menos do que seus recursos no último ano.
Um terceiro destaque são os recursos do Ceitec
(Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada). Apesar de ter um orçamento
29% maior do que o de 2024, o órgão perdeu R$ 1,2 milhão da já pequena previsão
orçamentária enviada pelo Executivo, ficando com R$ 59,169 milhões para 2025, o
que é suficiente apenas para sua manutenção. Cabe ressaltar que o Ceitec é um
ator citado constantemente nas novas políticas de Pesquisa &
Desenvolvimento do País, aparecendo na Nova Indústria Brasil e também na 5ª Conferência
Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5ª CNCTI).
A vice-presidente da SBPC, Francilene Garcia,
lamenta que os debates econômicos e orçamentários não acompanham as demandas
urgentes do mundo, que necessitam de aparato científico.
“Os cortes no orçamento do MCTI representam um
retrocesso para o Brasil, especialmente em um momento em que o país precisa
fortalecer a sua capacidade em pesquisa e inovação para enfrentar desafios
globais, como a crise climática. As demandas da 5ª CNCTI deixaram claro que a
expansão do sistema científico é essencial para o desenvolvimento sustentável e
para a soberania nacional. Às vésperas da COP 30, não podemos enfraquecer a
produção científica e tecnológica, justamente quando o mundo exige soluções baseadas
em conhecimento. É urgente reverter esses cortes e garantir investimentos
contínuos para que a ciência seja, de fato, um eixo estratégico do nosso
futuro”, conclui.
Rafael Revadam – Jornal da Ciência, com apoio
da assessoria parlamentar da SBPC